domingo, 28 de abril de 2013

Dengue: quadro clínico, diagnóstico e tratamento

Dengue: quadro clínico, diagnóstico e tratamento.


A identificação precoce dos casos de dengue é de importância crucial para o controle das epidemias. O vírus da dengue causa um espectro variado de doenças que inclui desde formas inaparentes ou subclínicas, até quadros de hemorragia que podem levar ao choque e ao óbito.
A apresentação clínica da dengue pode ser dividida em três grupos principais:

1) Dengue clássica

a) Nos adultos
A primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39° a 40°), de início abrupto, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos e exantema (vermelhidão no corpo), que pode ser acompanhado de prurido.
Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de astenia durante algumas semanas.

b) Nas crianças
Geralmente se inicia com febre alta acompanhada de sintomas inespecíficos: apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarréia. O exantema pode estar presente ou não.
Nos menores de 2 anos, as dores podem manifestar-se por choro intermitente, irritabilidade, apatia e recusa de líquidos, o que pode agravar a desidratação.
Nota: É exatamente no final do período febril que eventualmente surgem manifestações hemorrágicas: sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos profusos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
Nas crianças, também as formas graves se manifestam depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder. Nos menores de 5 anos, o início da doença pode ser frustro, passar despercebido, e o quadro grave instalar-se como primeira manifestação reconhecível.

2) Febre hemorrágica da dengue (FHD)

As manifestações iniciais são as mesmas da forma clássica, até que ocorra remissão da febre, entre o terceiro e o sétimo dia, quando aparecem as manifestações hemorrágicas (espontâneas ou provocadas), o hemograma mostra que as plaquetas caem para menos de 100 mil/milímetro cúbico) e a pressão arterial pode baixar.

3) Dengue com complicações

É todo caso que não se enquadra nas duas formas anteriores, dado o potencial de risco evidenciado por uma das seguintes complicações: alterações neurológicas, sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, derrame pleural, hemograma com glóbulos brancos abaixo de 1.000 e/ou plaquetas abaixo de 50 mil.
As manifestações neurológicas incluem: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.
Os seguintes sinais de alerta indicam a possibilidade de quadros graves:
* Dores abdominais fortes e contínuas;
*Vômitos persistentes;
* Tonturas ao levantar (hipotensão postural);
* Diferença entre as pressões máxima e mínima menor do que 2 cm Hg (por exemplo: 9 por 7,5 ou 10 por 8,5);
* Fígado e baço dolorosos;Vômitos hemorrágicos ou presença de sangue nas fezes;
* Extremidades das mãos e dos pés frias e azuladas;
* Pulso rápido e fino;
* Agitação e/ou letargia;
* Diminuição do volume urinário;
* Diminuição súbita da temperatura do corpo;
* Desconforto respiratório;

A dengue é uma doença dinâmica que pode evoluir rapidamente de uma forma para outra. Assim, num quadro de dengue clássica, em dois ou três dias podem surgir sangramentos e sinais de alerta sugestivos de maior gravidade.
Por essa razão, o Ministério da Saúde recomenda que os pacientes ambulatoriais retornem ao Posto de Atendimento para reestadiamento. Recomenda, ainda, que depois da primeira consulta os médicos preencham o “Cartão de Identificação do Paciente com Dengue”.
Nesse cartão devem constar: identificação, unidade de atendimento, data de início dos sintomas, medição da pressão arterial, prova do laço*. Alguns dados do exame de sangue (hemograma), sorologia para dengue (resultado do exame de sangue específico para a dengue), orientação sobre os sinais de alerta, na presença dos quais o paciente deverá retornar com urgência, e o local de referência para atendimento dos casos graves na região.
Nota: Desde o início de setembro de 2010, por determinação do Ministério da Saúde, casos suspeitos de dengue 4 são de comonicação compulsória às autoridades sanitárias no prazo de 24 horas. O objetivo é evitar a dispersão do sorotipo 4 do vírus que, recentemente, foi identificado em estados do norte do Brasil, depois de muitos anos sem registro de nenhum caso de contaminação.

Prova do laço
A prova do laço é importante porque avalia a fragilidade capilar e pode refletir a queda do número de plaquetas. Está indicada em todos os casos com suspeita de dengue e pode ser a única manifestação hemorrágica nos quadros mais complicados da doença.
Procedimento:
1) Desenhar com uma esferográfica um quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço do paciente;
2) Verificar a PA;
3) Calcular o valor médio entre a máxima e a mínima ( se a PA for 12 por 8, a média será 10);
4) Insuflar novamente o manguito até o valor médio (no caso, até 10) e mantê-lo insuflado por 5 minutos (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de pequenos pontos de sangramento sob a pele (petéquias);
5) Contar o número de petéquias no interior do quadrado;
6) A prova será positiva se surgirem mais do que 20 petéquias no adulto ou 10 nas crianças.

Diagnóstico
Suspeitar de dengue em todo caso de doença febril aguda com duração máxima de 7 dias, acompanhada de dois dos seguintes sintomas, associados ou não a hemorragias:
* Dor de cabeça;
* Dor atrás dos olhos;
* Dores musculares;
* Dores nas juntas;
* Prostração;
* Vermelhidão no corpo.
Além desses sintomas, o paciente deve ter estado nos últimos 15 dias em área com casos de dengue ou em que existam mosquitos Aedes aegypti.
O diagnóstico é essencial para avaliar a gravidade do caso e orientar o tratamento. De acordo com a gravidade, os casos costumam ser divididos em três grupos:

1) Grupo A
Compreende os casos com as seguintes características:
* Febre por até 7 dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos: dor de cabeça, prostração, dor atrás dos olhos, nos músculos, nas juntas e exantema, associados à presença em área em que existam casos de dengue;
*Ausência de hemorragias: espontâneas e prova do laço negativa;
*Ausência de sinais de alerta

2) Exames laboratoriais
O exame para confirmar o diagnóstico de dengue dever ser pedidos de acordo com a situação epidemiológica:
* Em períodos não epidêmicos, solicitá-los em todos os casos suspeitos;
* Em períodos epidêmicos, solicitá-los de acordo com a orientação da Vigilância Epidemiológica;
* Solicitá-los sempre nas mulheres grávidas, para diferenciar dengue de rubéola.

3) Hemograma
Deve ser pedido obrigatoriamente nos casos de gestantes, pessoas 65 anos, portadores de hipertensão, diabetes, doença pulmonar crônica, renal crônica, cardiovascular ou do aparelho digestivo.
Tratamento
Não existe tratamento específico para combater o vírus. Sua função é combater a desidratação e aliviar os sintomas.
1) Hidratação oral
No primeiro dia: Administrar por via oral 80 mL/kg de peso corpóreo (um adulto de 70 kg deve receber: 80mL x 70mL = 5.600 mL ou 5,6 litros). Atenção: 1/3 desse volume deve ser de soro  (preparado com um pacote de soro de reidratação oral dissolvidas em 1 L de água fervida ou filtrada). Os 2/3 restantes podem ser de água, sucos de frutas, chás ou água de coco (recomendada).
Do segundo dia em diante até a febre desaparecer: Administrar por via oral: 60 mL/kg de peso (um adulto de 70 kg deve receber: 60 x 70 = 4.200 mL ou 4,2 L).
Em crianças oferecer: 50mL/kg a 60 mL/kg de peso de soro a cada 4 ou 6 horas. Se houver vômito ou diarréia, esse volume deve ser aumentado. Não há restrição para o aleitamento.
2) Sintomático
Para combater a febre alta e as dores.
a) Dipirona: É o analgésico/antipirético de escolha. Nas crianças usar 1 gota/kg de peso de 6/6 horas. Nos adultos, 20 a 40 gotas ou 1 comprimido de 500 mg de 6/6 horas.
b) Paracetamol: Em crianças 1 gota/kg de peso de 6/6 horas. Em adultos 1 comprimido de 500 ou 750 mg de 6/6 horas. Respeitar as doses máximas porque o Paracetamol em doses mais altas tem toxicidade hepática.
Notas importantes:
* Antiinflamatórios estão contraindicados por causa do potencial hemorrágico;
* Jamais usar antitérmicos que contenham o ácido acetilsalecílico (AAS, Aspirina, Melhoral, etc): podem causar sangramentos;
* Não comer alimentos que eliminem pigmentos avermelhados na urina e nas fezes (beterraba, açaí, etc.) que possam ser confundidos com sangramento.
Para combater os vômitos e o prurido:
* Metoclopramida (Plasil e outros) e Dimenidriminato (Dramin e outros) podem ser usados 3 a 4 vezes/dia;
* O prurido, que pode ser incômodo, dura de 3 a 4 dias. Pode ser tratado com banhos frios e compressas com gelo. Nos casos mais rebeldes administrar antialérgicos comuns. Somente com a orientação do seu médico.

domingo, 21 de abril de 2013

DENGUE

 CICLO DE VIDA DO MOSQUITO DA DENGUE

O ciclo de vida do mosquito da dengue, do ovo até a fase adulta, leva cerca de 7 a 10 dias. Se a verificação e eliminação dos criadouros forem realizadas uma vez por semana, podemos interromper o ciclo e evitar o nascimento de novos mosquitos.

Depois que nasce a fêmea do mosquito da dengue vive, em média, 30 dias e chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ao longo de sua vida, ela é capaz de colocar seus ovos inúmeras vezes.


Conheça o comportamento do mosquito Aedes aegypti e entenda a razão que leva este pequeno inseto a ser taxado desta forma

Você já deve ter ouvido falar que o Aedes aegypti é um mosquito com hábitos oportunistas. Por qual razão? É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas ele também pode picar à noite? Sim. Ele não deixa a oportunidade passar.

Por ser um mosquito que vive perto do homem, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional - principalmente, em espaços urbanos com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e dispõem de mais criadouros para desovar. A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas – fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população.
Principais criadouros
Pesquisas realizadas em campo indicam que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito utilizados para armazenagem de água para uso doméstico em locais dotados de infraestrutura urbana precária), são os criadouros que mais produzem A. aegypti e, portanto, os mais perigosos. Isso não significa que a população possa descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros. O alerta é para que os cuidados com os reservatórios de maior porte sejam redobrados, pois é neles que o mosquito seguramente encontra melhores condições para se desenvolver de ovo a adulto. Em alguns bairros suburbanos do Estado do Rio de Janeiro, estes grandes criadouros produzem quase 70% do total de mosquitos adultos.
Acesse o Infográfico com os principais criadouros do vetor
Ciclo de vida
Saiba quais são os fatores que afetam o ciclo de vida do vetor e do que ele se alimenta
Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do A. aegypti varia de acordo com a temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro, uma vez que a competição de larvas por alimento (em um mesmo criadouro com pouca água) consiste em um obstáculo ao amadurecimento do inseto para a fase adulta. Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

Genilton Vieira/IOC

As larvas do A. aegypti têm tamanho reduzido, aproximadamente o de uma cabeça de agulha de costura

Os maiores índices de infestação pelo A. aegypti são registrados em bairros com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, onde o mosquito encontra alvos para alimentação mais facilmente. Outro fator importante é a falta de infraestrutura de algumas localidades. Sem fornecimento regular de água, os moradores precisam armazenar o suprimento em grandes recipientes, que na maioria das vezes não recebem os cuidados necessários e, por não serem completamente vedados, acabam tornando-se focos do mosquito.
Alimentação
Machos e fêmeas do Aedes aegypti alimentam-se de substâncias açucaradas, como néctar e seiva. Somente a fêmea pica o homem para sugar sangue (hematofagia), alimento necessário à maturação dos ovos. Geralmente, a hematofagia é mais voraz a partir do segundo ou terceiro dia depois da emergência da pupa e da cópula com o macho.
Reprodução e desova
Entenda o ciclo reprodutivo do mosquito transmissor do vírus da dengue
O acasalamento do Aedes aegypti se dá dentro ou ao redor das habitações, geralmente nos primeiros dias depois que o mosquito chega à fase adulta. É preciso somente uma cópula para a reprodução ser concretizada, pois a fêmea guarda o esperma na espermateca. Após a cópula, as fêmeas precisam realizar a hematofogia (alimentação com sangue) importante para o desenvolvimento completo dos ovos e sua maturação nos ovários Normalmente, as fêmeas do Aedes aegypti encontram-se aptas para a postura de ovos três dias após a ingestão de sangue, passando então a procurar local para desovar.
A desova acontece, preferencialmente, em criadouros com água limpa e parada. Os ovos são depositados nas paredes do criadouro, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo pode permanecer grudado.
Ovos
Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão e preservação da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas filhas já nascerem com o vírus, no processo chamado de transmissão vertical.
Inicialmente, os ovos possuem cor branca e, com o passar do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio. O ovo do A. aegypti mede aproximadamente 0,4 mm de comprimento e é difícil de ser observado.

Genilton Vieira/IOC

Na natureza, os ovos do A. aegypti podem sobreviver até 450 dias fora d’água.

Os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas 15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de dessecação – até 450 dias, segundo estudos. Esta resistência é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão.

Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião do mosquito é concluído em 48 horas. A resistência à dessecação permite também que os ovos sejam transportados a grandes distâncias, em recipientes secos. Esse aspecto importante do ciclo de vida do mosquito demonstra a necessidade do combate continuado aos criadouros, em todas as estações do ano.
*Todos os conteúdos foram revisados por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz

SINTOMAS E TRATAMENTO:

Sintomas
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

TRANSMISSÃOA dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Temperatura
A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias.
Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.

Sintomas
Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:

Dengue ClássicaFebre alta com início súbito· Forte dor de cabeça· Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos· Perda do paladar e apetite· Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores· Náuseas e vômitos· Tonturas· Extremo cansaço· Moleza e dor no corpo · Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue Hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:· Dores abdominais fortes e contínuas. Vômitos persistentes · Pele pálida, fria e úmida· Sangramento pelo nariz, boca e gengivas· Manchas vermelhas na pele· Sonolência, agitação e confusão mental· Sede excessiva e boca seca· Pulso rápido e fraco· Dificuldade respiratória· Perda de consciência.

Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.

TRATAMENTOO Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.
A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea. A pessoa deve manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.

o ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo mais grave. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

GRIPE (INFLUENZA)


INFLUENZA (GRIPE)
Se o vírus da gripe é mutante, como é possível haver uma vacina ?
Apesar do vírus ser um vírus mutante, existe uma vigilância mundial do vírus da gripe que tem como objetivo detectar quais vírus estão causando doença no mundo. A partir desta identificação os vírus mais freqüentes são distribuídos aos laboratórios para produção de vacinas. Como o período de circulação do vírus influenza é diferente no Hemisfério Sul e Norte existe uma recomendação diferente para cada região, e portanto, vacinas adequadas para essas regiões.
A vacina está adequada para o Brasil ?
A composição da vacina inativada contra o vírus influenza é alterada anualmente de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para tal, desde 1947 a OMS coordena centros de vigilância epidemiológica da gripe em várias partes do mundo, envolvendo 121 laboratórios em 93 países, os quais sistematicamente coletam amostras de secreções respiratórias dos pacientes com quadro clínico de gripe. No Brasil, existem 3 laboratórios de referência: Fiocruz (RJ), Instituto Adolfo Lutz (SP) e Instituto Evandro Chagas (PA).
Mesmo tomando a vacina, a pessoa pode ter gripe?
Primeiramente é importante diferenciar a gripe do resfriado. Além disso, o quadro gripal é composto por uma série de sintomas inespecíficos, que podem ser ocasionados por outras infecções virais que não sejam respiratórias. Um outro ponto importante é que a vacina contra gripe precisa de 15 dias para estimular o organismo e começar a produção de anticorpos que serão protetores, neste período o indivíduo está susceptível à doença. A eficácia da vacina varia de 70% a 90% assim, algumas pessoas vacinadas podem contrair a doença (10% a 30%), porém com sintomas geralmente mais fracos, parecidos com os de um resfriado comum. Por fim, ainda existe a coincidência entre os tipos de vírus que estão circulando e os que compõem a vacina, pois se um novo vírus influenza não contido na vacina começar a circular após a recomendação das cepas vacinais, a proteção pode ficar diminuída.
A vacina protege mesmo contra gripe?
Sim. Lembre-se, gripe não é resfriado. A vacina contra gripe (influenza) possui eficácia de até 90% em pessoas sadias. Ou seja, a cada 10 pessoas vacinadas, de 7 a 9 não terão gripe, enquanto pelo menos 1 pode apresentar a infecção, neste caso com os sintomas geralmente mais brandos.
A vacina pode causar gripe ?
Não, a vacina contra gripe é produzida com os vírus (influenza) inativados (mortos) e fragmentados, altamente purificados e por isso não apresentam capacidade de se reproduzir no organismo da pessoa vacinada. Assim, a vacina contra gripe não pode de modo algum causar a doença.
A vacina contra gripe é segura?
A vacina contra gripe é segura. Eventualmente ela pode provocar dor e vermelhidão no local de aplicação. Raramente podem ocorrer febre baixa, mal-estar e dor no corpo. Quando ocorre essas reações em geral desaparecem espontaneamente em 24 a 48 horas.
Quem pode tomar a vacina ?
Todas as pessoas a partir de 6 meses de idade que queiram evitar a gripe e suas complicações podem ser vacinadas.
Quem deve tomar a vacina ?
• Todas as pessoas, incluindo crianças em idade escolar, para reduzir a chance de ficar doente e também de transmitir a outras pessoas.
• Crianças entre 6 e 59 meses de idade.
• Indivíduos a partir de 50 anos
• Crianças e adolescentes em uso crônico de ácido acetilsalicílico
• Gestantes (preferencialmente após o 3º mês)
• Pessoas com problemas pulmonares ou de função pulmonar (incluindo os asmáticos e fumantes), problemas cardíacos (exceto hipertensão), renais, hepáticos, hematológicos, disfunção cognitiva, desordens neuromotoras, convulsivas ou disordens metabólicas (incluindo diabetes).
• Imunossuprimidos (devido ao uso de medicamentos ou pelo contato com o vírus HIV).
• Residentes em asilos ou lares.
• Pessoas saudáveis que tenham contato alguma pessoa acima descrita.
• Profissionais de saúde.
Quando tomar a vacina ?
A vacina deve ser tomada todos os anos, no período do outono (no Brasil, entre os meses de março a junho). Isso é recomendado porque a vacina precisa de 2 semanas para induzir alguma proteção e de 4 a 6 semanas para que a máxima proteção seja alcançada. Como o inverno é período de maior circulação do vírus, tomando a vacina no outono garante-se máxima proteção no período maior circulação do vírus da gripe (influenza).
E quais são as contra-indicações da vacina contra gripe?
• As contra-indicações da vacina contra a gripe são alergia VERDADEIRA (reação anafilática) a qualquer componente da vacina: proteína do ovo, neomicina, timerosal (se presente na composição), antecedente de Síndrome de Guillian-Barré e doenças neurológicas em atividade.
• Intolerância alimentar a ovos e proteína de galinha não é uma contra-indicação para a vacinação contra gripe.
• No caso de doenças agudas ou febris recomenda-se postergar a vacinação até a recuperação.
Mulheres grávidas podem tomar a vacina?
A vacinação contra gripe é recomendada pelo Comitê Assessor de Práticas em Imunização dos EUA (ACIP) para gestantes em qualquer período da gestação. Entretanto, é importante que a mulher consulte seu médico. A preferência por se realizar a vacinação a partir do segundo trimestre de gestação visa evitar a associação temporal com a ocorrência de abortos espontâneos, comum durante o primeiro trimestre de gestação. Por outro lado, independentemente do estágio de gravidez, deve-se considerar a vacinação para as mulheres que apresentam condições de saúde que aumentem o risco de complicações pelo vírus influenza.